sábado, 4 de setembro de 2010

Poema Findado

Aqui pra dentro tudo bem colocado achado e reservado. não tenho um refugio de gosto desejado.não tenho entendido o exposto do nosso tempo. tive a impressão de que havia começado do começo, mas aquela florzinha desenhada no tempo estava sempre brilhante lembrando-me que do tempo tudo que ficou foi o desejo cortado. seu sorriso, estampa de filó ou chita que enfeita o dia e cobre o sonho. esquecia das horas com seu olhar. parecia que no meu poente você viria me encontrar. o corpo fez de nossas almas pecadoras, o beijo era nosso mundo de perdão, nunca entendemos todas estas coisas de culpa. desejo era tudo o que nos unia, desejos e cuidados. amantes. entre nossos encontros os sons nos direcionava, pequenos sussurros, promessas, perguntas de ninar vontades. o eu e o seu aqui dentro, lânguidos, predestinados, cheios de fluidos, salivas, toques. o som das saudades.
o sustos com os estrondos, as misérias de confusos desejos, foram os últimos sons, foram nossas duvidas, soluçando e nos distanciando. Saímos de improviso, era muito para suportar. muito. A boca cheia de impossibilidades marcava o tempo do fim e aquela florzinha brilhante desenhava nosso tempo findando. ainda cheios de cuidado, mas afastados.
De tudo que fomos nós
só o tempo lembrando de ser lembrado.