sábado, 28 de agosto de 2010

depois de dias

sou eu procurando rebuscados fantasmas
e você se decompondo, virando fumaça
some come meus dias, todos, sem mastigar
as horas
bebe meu sangue em ritual
sarcástico
meus sonhos de ti despreendem e morrem
fedem carniça de urubu azul rei
que você anda comendo e lambendo
meus us
eu que já não tenho medo do céu
coberto de línguas e dentes
pois por mais romano que seja você dentro do peito mordendo
meu cavalar Troiano desejo
assim disfarçada de anjo caído
vem matar meus dias
comer meus desejos ecumênicoS
de comer VOCÊ

Começo

Foi assim chegando rápido seu cheiro era uma coisa boa e medrosa. não sabia o que esperar daquela empreitada tinha medos outros e enormes que me cercavam diante daquela cena a brisa da noite lembrava mamãe a brisa da noite também lembrava mulher bebíamos muito e tentávamos muito não éramos o que queríamos estava longe o momento de correr a hora era certa suor em minha pele cheiro em minha pele aqueles olhos grandes pedindo que eu ajude a saber que eu ajude a ser ontem eu tive medo deste corpo exposto e solto saber o jeito de tocar para não machucar parecia fácil se não me cortasse os dedos quanto maior a vontade maior o cuidado maior o desejo de ter nascido dias atrás e ter feito tudo ontem uma noite de várias esperas de vários significados que teimamos em não interpretar em nós o desejo do outro o medo do menino sem querer o da menina o da menina sem entender o do menino o corpo era dividido eis ai é isto