terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O TIC TAC ACENTUADO DO SILÊNCIO

o tic tac acentuado do silêncio
aumenta o vazio das horas
o tempo marcado
quebra minha alegria

o tic tac acentuado do silêncio
diz que há vida
mas não precisa se vive
falta chuva no jardim
falta sol que queime a vista

o que agora vejo aqui vazio
não é um espaço vago

o tic tac acentuado do silêncio
não me deixa descansar
ofegante, pulso forte
me falta pausar o pensamento

o tic tac acentuado do silêncio
quer quereres sem ter fim
mas o vento revolto do mar
trouxe uma tempestade apaixonada
que me deixou náufrago de ti

o que agora vejo aqui vazio
não é um espaço vago.

o tic tac acentuado do silêncio
deixou o tempo marcado
onde a dor em alto grau
vendo trazendo liberdade
e este espaço vago.
este espaço, não estava vazio.

JR.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Esquecido

esquecido do tempo vou vivendo o mundo em silêncio.
dormindo por dentro e andando com medo
querendo nunca ter estado aqui
arrastando correntes presas à cabeça
administrando lembranças de delicias e promessas sinceras de amarguras
esquecendo não esquecendo as emoções
esquecendo não querendo, mãos, corpo no deitado,
bocas quentes, olhos.
pudesse eu ter calado palavras verdadeira
de paixão e querer.
pudesse eu ter aprendido a esperar.
quero ver o deserto, andar o deserto
fazer pegadas e caminhos. sofrimento sozinho.
conhecer os grãos de areia, e voltar

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Assim como você


Afetuosa, Antes,
Doava distraidamente pequenos sorrisos
Riscava os sonhos no ar e
Ininterruptamente intrigavas o vento, depois,
Amores; Amparava - os levemente a mão
Naturalmente Ninava-os e secretamente Entregue,
Escondia-os dentro do peito

sábado, 16 de outubro de 2010

Se não Fosse assim

bom seria... se não fosse tristeza
bem, poderia ser assim
dor que aparece no peito
e deixa cansado.
uma imensidão de vontade de ver você

bom... se não fosse assim
poderia ser você
bem perto, encostando em mim
deveria ter visto tudo que me fez
um beijo, um carinho, um... ( esquecido)
triste tem sido este momento assim

lembrando e tentando esquecer
deveria ter pedido tudo que você quis me dar
deveria ter visto tudo isto
para que triste não fosse assim

bom... seria se não fosse triste assim
saudade fugiu, deixou o peito, tudo que fomos foi para outro lugar
assombros todos vêem aqui a andar pra lá e pra cá
como vento vem soprando palavras pra dentro
queixosas palavras que pedem para ninguém reparar.

bom seria... se não fosse triste assim .

domingo, 10 de outubro de 2010

Eu uma mulher e uma noite Bukowskiniana

é noite
convido uma bela mulher para sair
ela aceita, o que me deixa feliz e animado
demos uma volta pela cidade
paramos em uma lugar legal
para beber uma noite em vinho e presença
eu tinha uma presente para ela
eu tinha todo o amor que ela talvez precisasse
eu ela tinha eu ela tinha ela

o vinho era bom bebemos nossas vontades ali
a garçonete era uma graça e sua falta de habilidade para abrir o vinho
um ato de doçura. rimos para ela
a noite foi um tanto ritmada pela vontade
lemos uns poema e falamos de tudo
que em nós era permitido.

o poema foi nosso encontro
ela escreveu um poema e o leu para mim
cheio de coisas misturadas,
aquele poema era o prólogo do livro daquela noite
não me importunei, me interessava o enredo , a estória
as palavras, olhares , pegadas de alisar desejos


estava em um bom lugar
ela estava bela, meus olhos a viam bela
seus belos olhos estavam despidos
sua lábios gritavam
seu corpo escrevia poemas de todas as sortes

e meus versos nestes ainda não tinham sido escritos
eu queria escreve-los ali

fechamos o bar
o dono nos disse adeus e nós ficamos ali
entre o que está e o que pode vir
mais algumas palavras foram dita
estavamos bebedos e felizes dentro do que era para ser
fomos embora
levando na boca o gosto daquele momento
o cheiro do desejo e o sono da fuga

na cabeça a imagem do acontecido,
bela noite
tudo bom, vinho, poemas, ela e eu
com seus olhos que deixam rastro

deixei-a em casa.
com meu sexo gritando
tomei um banho e afoguei minha vontade
mas respirei com as mãos logo após
me costurando ao corpo dela.
uma transa enlouquecida minhas mãos deram ao meu pau.
que explodiu.

dormi.


junior oliveira

sábado, 4 de setembro de 2010

Poema Findado

Aqui pra dentro tudo bem colocado achado e reservado. não tenho um refugio de gosto desejado.não tenho entendido o exposto do nosso tempo. tive a impressão de que havia começado do começo, mas aquela florzinha desenhada no tempo estava sempre brilhante lembrando-me que do tempo tudo que ficou foi o desejo cortado. seu sorriso, estampa de filó ou chita que enfeita o dia e cobre o sonho. esquecia das horas com seu olhar. parecia que no meu poente você viria me encontrar. o corpo fez de nossas almas pecadoras, o beijo era nosso mundo de perdão, nunca entendemos todas estas coisas de culpa. desejo era tudo o que nos unia, desejos e cuidados. amantes. entre nossos encontros os sons nos direcionava, pequenos sussurros, promessas, perguntas de ninar vontades. o eu e o seu aqui dentro, lânguidos, predestinados, cheios de fluidos, salivas, toques. o som das saudades.
o sustos com os estrondos, as misérias de confusos desejos, foram os últimos sons, foram nossas duvidas, soluçando e nos distanciando. Saímos de improviso, era muito para suportar. muito. A boca cheia de impossibilidades marcava o tempo do fim e aquela florzinha brilhante desenhava nosso tempo findando. ainda cheios de cuidado, mas afastados.
De tudo que fomos nós
só o tempo lembrando de ser lembrado.

sábado, 28 de agosto de 2010

depois de dias

sou eu procurando rebuscados fantasmas
e você se decompondo, virando fumaça
some come meus dias, todos, sem mastigar
as horas
bebe meu sangue em ritual
sarcástico
meus sonhos de ti despreendem e morrem
fedem carniça de urubu azul rei
que você anda comendo e lambendo
meus us
eu que já não tenho medo do céu
coberto de línguas e dentes
pois por mais romano que seja você dentro do peito mordendo
meu cavalar Troiano desejo
assim disfarçada de anjo caído
vem matar meus dias
comer meus desejos ecumênicoS
de comer VOCÊ